quarta-feira, outubro 25, 2006

sábado, setembro 23, 2006

O portefólio electrónico não é o portefólio de papel feito no computador!

É bom quando podemos aproveitar os nossos colegas e as discussões que temos com eles, para perceber melhor o que andamos a fazer, para esclarecer e corrigir, para fazer sínteses e avançar novas hipóteses.

Um exemplo, a propósito dos portefólios:

1- O portefólio de papel é interactivo, numa relação directa, ou, como agora está muito em voga", em tempo real. O portefólio electrónico é, por essência, distante e assíncrono.
2- O portefólio de papel tem um receptor alvo que, à partida, está definido e identificado. O portefólio electrónico é para ser tornado imediatamente público, podendo chegar a qualquer receptor indiferenciado.
3- Leva-se o portefólio de papel em mão a alguém. O portefólio electrónico vai "debaixo do nosso braço" e alguém pega nele e serve-se dele. É claro que se pode restringir o acesso ao portefólio electrónico, ou a partes dele, mas isso não faz parte da sua "primeira natureza".

Um desafio para quem faz um portefólio electrónico é o seu manuseamento:

4- O portefólio de papel, folheia-se, vai-se assim dum lado para o outro. O portefólio electrónico precisa, por um lado, que rapidamente o utilizador perceba que não se pode ir para trás ou para a frente, como se faz no portefólio de papel;
5- por outro lado, o autor do portefólio terá de tentar que a navegação entre todas as partes do portefólio se reduza ao menos número de cliques possível, aproximando ao mais possível a pesquisa do tal folhear do portefólio papel.

terça-feira, junho 13, 2006

Outra perspectiva na elaboração dos portefólios

Até agora, sempre encarei a elaboração dos portefólios digitais tentando colocar-me na pele de um suposto aluno, com uma facilidade mínima no manejo do computador, das aplicações informáticas mais habituais e da Internet.
A ideia sempre foi de, até nos meus próprios trabalhos, não utilizar recursos, meios, aplicações que não estivessem também ao alcance desse tal aluno mediano imaginário. Em síntese, será o seguinte: vale tudo que seja fácil de usar, não custe dinheiro e tenha um bom suporte na língua materna.
Hoje, com as palavras que lhe ouvi aqui em Braga, José Carlos Ramalho conseguiu deixar-me a pensar em questões ligadas à segurança e à independência pessoal relativamente a todos os produtores de alguma coisa para a Net e para os computadores.
Na verdade, sem querer, insidiosamente, sem nos darmos conta, tornamo-nos (alguém nos torna) dependentes de alguma coisa que não conhecemos satisfatoriamente (se estivermos a falar de programas, aplicações de computador). E, um dia, se nos quiserem fazer o ninho atrás da orelha, podemos deparar-nos com a perca de preciosos dados, trabalhos, conhecimento e informações que "pendurámos" em programas "prontos a servir" e que, de repente, são "descontinuados" ou "deslocalizados". E lá se vão as coisas ao ar. Por exemplo, lá se vai o nosso portefólio!...
Há outros caminhos. Felizmente, há outros caminhos e o Professor José Carlos Ramalho soube falar deles, hoje, no Encontro sobre portefólios electrónicos. A desvantagem é que requer um mínimo de esforço da nossa parte para os aprender e, quase em simultâneo, deixar de lado os tais "pronto a vestir". Só que a expectativa da independência relativamente aos predadores da Informática é, provavelmente, móbil para experimentar tal caminho.
Vou obrigar-me a conhecer melhor estas questões e os recursos que garantem melhor a segurança pessoal no uso dos computadores. Aos poucos, para aí também levarei os meus aulos.

segunda-feira, maio 15, 2006

Descobrir a floresta no meio das árvores

Descobrir a floresta no meio das árvores, trazê-la para casa e colocá-la na sala, naquele cantinho onde uma folhagem de verde natureza fica tão bem!...É precisamente assim que eu vejo as possibilidades que a Internet me dá para fazer o meu portfolio electrónico.

A Internet – para continuar a usar metáforas pegadas na Mãe-Natureza – é uma selva (no sentido quase pejorativo do termo): está densamente povoada de coisas, muitas, muitíssimas delas muito úteis. Mas nas quais nos perderemos facilmente se não nos acautelarmos.

É que, tal como o guloso ou ávido de alimento, que, quando se depara com um bufete pleno de rico manjares, tem de saber escolher, sob o risco de se empanturrar logo ao primeiro prato, ou de agonizar com uma valentíssima indigestão, depois do terceiro ou do quarto, também o utilizador da Net não se pode deixar levar pelo fascínio de tanta e tão boa coisa ali à disposição de um simples clicar de rato.

A tarefa, ou melhor, o processo de escolha, o processo de selecção de meios que a Net oferece para a feitura de um portfolio é já, só por si mesmo, um árduo exercício de auto-regulação do comportamento individual.

Não nos é difícil pôr de lado, deitar fora, coisas que não são boas, ou que são só um bocadinho boas. O que para nós é verdadeiramente difícil é pôr coisas boas de lado, é deitar fora produtos de primeira água! Mas teremos de ter coragem para isso. A escolha, a inevitável escolha, será tanto mais fácil de fazer quanto mais claramente definidos estiverem, à partida, (pelos menos alguns) critérios, objectivos e estratégias de trabalho. Terá de dar a bota com a perdigota, quer dizer as formas preferidas de expressão do autor do portfolio têm de dar com os conteúdos do portfolio, com os professores que ensinam e avaliam, com o tempo que se dispõe para trabalhar, com, com, com…

E a língua, a nossa língua, deverá ocupar sempre uma posição de destaque na hierarquia dos critérios de escolha.

É, em suma, em minha opinião, nesta compatibilização, nesta harmonização, feita à base de muita selecção (Quanta feita a contragosto!) que será manifestada, mais do que em qualquer outro aspecto, a arte e o engenho do autor do portfolio. E a eficácia do portefólio. (Ai, minha gente! Depois do que eu disse sobre a Língua Portuguesa, deixem-me matar saudades desta minha forma preferida...)

segunda-feira, abril 24, 2006

Algumas experiências actuais com portfolios na Net

Pessoalmente, estou a fazer, em simultâneo, várias experiências de construção de portfolios, umas para publicação, outras que não serão publicadas. Mato dois coelhos da mesma cajadada: esclareço progressivamente para mim próprio qual a forma que mais me afinidades, satisfação e produtividade me dá, e, ao mesmo tempo, exploro tentativamente as modalidades que poderei aconselhar ou sugerir aos meus alunos do Curso Tecnológico de Acção Social para a realização dos seus trabalhos normativos. Nesta linha de ideias, desde já convido todos a visitarem o meu portfolio experimental na forma de uma página da Web, modalidade e serviço de hospedagem ou alojamento a que qualquer um pode ter acesso fácil e gratuito. O endereço é: http://fpinto.mail.googlepages.com/.

Suportes informáticos para os portfolios

Não param de aumentar as possibilidades de construir um portfolio com recurso a um computador e a programas informáticos. Existe de tudo na Net.
Uma decisão que deverá ser tomada à partida é se se trata de um portfolio para publicar na Net, ou não; quer dizer, para estar on-line, ou off-line.
Uma coisa é eu usar o computador e os programas informáticos para escrever o que no portfolio tradicional seria escrito à mão (Neste caso, os recursos informáticos reduzem-se praticamente à condição de recurso de escrita) e, posteriormente, seria levado em mão ao formador; outra coisa é eu usar os recursos informáticos na sua maior extensão e publicar o portfolio na Net, permitindo que ele seja visto por todos aqueles que, seja de que maneira seja, acedam ao meu endereço na Web (Neste caso, os recursos informáticos acrescentam à condição de recurso de escrita a condição de recurso de divulgação).

Esta decisão é importante porque o portfolio digital ou electrónico pode assumir a forma de uma página da Web. Ora se eu me decidir pela informática apenas como recurso de escrita, provavelmente haverá outras formas mais indicadas, dado que a natureza da forma webpage está directamente ligada à publicação do portfolio na Net.

Em duas pinceladas breves, diria, para já, que a informática disponibiliza para a construção de portfolios as seguintes modalidades: página (ou melhor, conjunto de páginas) na Web; blogue; curso em plataforma de acesso livre; portfolio propriamente dito, também disponibilizado por plataforma de acesso livre; apresentação em powerpoint, ou qualquer outra aplicação semelhante; mapa mental ou conceptual; modelos de curriculum vitae; processador de texto; e, é claro, duas ou mais destas modalidades combinadas entre si. O segredo, praticamente em todas estas alternativas, é um comando que dá pelo nome de link, ligação ou hiperligação.

segunda-feira, abril 17, 2006

Nova missão dos Mosqueteiros

Hoje de manhã reunimos na Faculdade, a Ana, a Carla e eu. Para falar de portfolios. Procuramos pôr em comum as nossas ideias sobre este assunto e, espelhando-nos uns nos outros, lançámos ideias e antevimos estratégias para mais esta tarefa do Mestrado, que é a elaboração de um portfolio para a cadeira da Professora Veiga Simão. Penso que conseguimos deixar claro nas nossas cabeças a diferença entre um bom dossier e um bom portfolio. Conseguimos deixar claro os aspectos principais e dinâmicos do portfolio. Conseguimos chegar a um entendimento comum sobre as diferenças e as semelhanças entre um portfolio papel e um portfolio electrónico. Entendemo-nos também sobre o que ficará na esfera do arbítrio de cada um e o que poderemos planear e executar em ajuda recíproca. Delineámos em conjunto um documento que um de nós vai dar uma forma mais próxima da versão final, documento esse que nos acompanhará sistematicamente ao longo do trajecto na cadeira e que terá como função primordial auxiliar o registo criterioso de dados e elementos a recolher ao longo das aulas, seja para despoletar a produção regular de apontamentos para o diário de bordo, seja para a fixação de pontos de ancoragem onde assentarão as evidências de aprendizagens, seja, finalmente, para recolher elementos de auto-avaliação contínua. Passaremos agora a uma fase de troca epistolar, vulgo, emails, em que iremos chegar a versões definitivas de fichas e outros documentos de apoio à construção do portfolio de cada um de nós. Para já, este encontro de trabalho correu muito bem. Foi outra vez segundo o lema de "Um por todos, todos por um!"

terça-feira, abril 11, 2006

E a aventura começa!...

Olá a todos!
Este blogue destina-se a fazer parte do portfolio criado no âmbito do módulo 1 "Aprendizagem auto-regulada: ambientes educativos e formação dos professores/formadores" da cadeira "Temas de Auto-Regulação da Aprendizagem" do Mestrado em Ciências da Educação, na área de especialização de Psicologia da Educação.
O primeiro apontamento que aqui quero deixar é, por assim dizer, a confissão de um primeiro sentimento de derrota.
Sou de um tipo particular de purismo da língua materna, a língua portuguesa, que, diga-se desde já, nem sei bem identificar que purismo se trata. É um purismo, é uma intenção minha, pronto!
Tal purismo leva-me a preferir a grafia "portefólio", mas a pressão de ter de utilizar uma designação que possa ser facilmente pesquisada na Net pelo mais vulgar dos "motores de busca" levou-me a esta cedência... portfolio, em vez de portefólio.
Como disse, trata-se de um certo tipo de purismo, tão puro quanto é o estereótipo do queijo suíço, que apresentamos sempre sempre como uma coisa cheia de buracos por onde a fragilidade da substância se vai. Quer dizer, assumo sem hesitações que o meu purismo tem "buracos" de fragilidades.
Querem ver como isto dos purismos tem que se lhe diga? É asim:
Tentei socorrer-me do Grande Dicionário da Língua Portuguesa, do Mestre José Pedro Machado, a referência mãe do meu designado purismo. Ora bem, nem na actualização do seu dicionário ele apresenta a grafia "portefólio". Na verdade, ele é de um purismo diferente do meu: ele grafa "porta-fólio".
Foi com José Pedro Machado que aprendi a não ser um fundamentalista da Língua, na acepção em que costumamos associar o fundamentalismo à incapacidade, à falta de abertura para mudar. Era como se eu agora pudesse dizer: Para José Pedro Machado e a Língua Portuguesa, a mesma máxima que para Marguerite Yourcenar e o devir histórico: O TEMPO, ESSE GRANDE ESCULTOR.
O Mestre Houaiss, no seu dicionário apresenta "portefólio" e "portfolio".
Das três formas, na pena destes dois Mestres, a que mais parece corresponder à concepção de (Glup!...) portfolio em causa na cadeira é mesmo a forma "portefólio". Mas, está bem, seja! Portfolio.
Seguramente com a compreensão dos Mestres.